RESUMO:
Com a
chegada da era industrial e posteriormente da globalização, os centros
urbanos passaram por grandes transformações, restando apenas os playgrounds,
pracinhas, parques e outros poucos espaços de lazer. Gradativamente as crianças
foram sendo alijadas do convívio com os adultos e dos espaços urbano. Houve um
processo de infantilização da brincadeira e uma progressiva desvalorização já
que, num mundo orientado pelo trabalho e pelo lucro, ela é considerada uma
atividade não produtiva.
A
violência urbana e a falta de espaços se tornam os principais fatores apontados
para a diminuição das brincadeiras de rua, muitas delas já esquecidas pelas
gerações atuais.
O mundo
infantil foi invadido por jogos eletrônicos, músicas com movimentos sensuais,
brinquedos industrializados representando heróis ou bandidos de desenhos
infantis. Com isso, observa-se que, nos dias atuais, os jogos, brinquedos e
brincadeiras tradicionais infantis foram perdendo espaço entre as crianças.
Na
escola, a aula de Educação Física seria uma ótima oportunidade para se introduzir
os jogos e brincadeiras tradicionais na vida das crianças, trabalhando a
ludicidade, interando a criança com a cultura (resgatando tradições,
contribuindo para um desenvolvimento mais rico em informações), trabalhando o
processo de socialização, sem dizer que o espaço da aula de Educação Física é
um dos locais onde a criança se sente mais livre para por em prática suas
brincadeiras, pois deixam a mesa e a cadeira da sala de aula e vão para um
espaço onde a criatividade e o movimento podem ser por ela mais explorados. As ações com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que seja sempre
uma nova descoberta, e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova forma
de jogar. Quando brinca, a criança toma certa distância da vida cotidiana,
entra em seu mundo imaginário e ilusório, não estando preocupada com a
aquisição de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou
física. O que importa, neste caso, é o processo em si de brincar, algo que flui
naturalmente, pois a única finalidade é o prazer, a alegria, a livre exploração
do brinquedo. Diante dessas informações sobre o prazer de se aprender
brincando, sobre a facilidade que o professor tem em conduzir uma aula,
partindo da curiosidade dos alunos, atualmente, muitos educadores pensam que
dinamizar as suas aulas utilizando jogos e brincadeiras são pura "perda de
tempo". Todavia é fundamental conscientizar esses professores da
importância do brincar. Mas como fazê-lo? O brincar sendo direcionado, seguindo
uma linha de aprendizagem para o alcance de objetivos é o caminho. Torna-se
importante levar o educador a refletir sobre a sua prática pedagógica no que
diz respeito à utilização de jogos e brincadeiras, no decorrer de suas aulas, e
também de buscar informações, sobre a prática de ensino de alguns educadores
que trabalham com crianças e que conciliam as suas aulas com os jogos e com as
brincadeiras. É importante também investigar sobre algumas brincadeiras e jogos
que, ainda que pareçam sem importância para os adultos, testam diversas
habilidades e conhecimento da criança.
INTRODUÇÃO:
É um importante instrumento pedagógico,
nem sempre valorizado. Muitas vezes, quando utilizado, é feito de forma
aleatória, sem objetivos bem definidos. Os jogos têm o poder de valorizar uma
área quase sempre desprezada pela escola: a intuição. Os jogos podem ser
classificados em duas grandes categorias: jogos de movimento e os sedentários,
em que predomina a atividade mental. Esses últimos são os mais utilizados nas
salas de aula, pelas professoras regentes.
Os cursos de formação do magistério e
pedagogia, não ensinam o trabalho de forma lúdica. Os professores admitem que
não sabem jogar e, portanto, têm dificuldade em lidar com jogos em sala de
aula. Esse é um aspecto urgente que precisa mudar, além da falta de espaço para
os jogos no Plano Político Pedagógico das escolas.
AS ATIVIDADES LÚDICAS NA ESCOLA
Lúdico significa brincar e neste
brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e são relativos
também à índole, os costumes, as qualidades de quem joga, brinca e por
consequência diverte.
No jogo sempre existe o desafio, sempre
um caráter novo, uma novidade o que é fundamental para despertar o interesse e
a curiosidade dos alunos, e este despertar torna o jogo um excelente
integrador.
Vygotsky (1999) afirma que os processos
de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo
ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
O aluno incentivado a utilizar e
manipular o brinquedo, os separando por faixa etária, estimula o
desenvolvimento psicomotor, ajudando a descobrir novas aprendizagens. Através
do brinquedo se descobre, experimenta, reinventa, analisa, compara, cria
imaginação, desenvolve habilidades e estimula a linguagem e o aumento de
vocabulário.
Dessa forma Dias comenta:
Infelizmente, nossas crianças, na maioria das escolas, recebem regras prontas,
não significações. Elas devem aceitá-las para poder se transformar num
"bom adulto". E o mesmo acontece com os professores, (DIAS, 2001, p.
54)
Quando o aluno consegue adquirir com o
uso constante de suas brincadeiras, noções de regras e críticas, com
formulações de idéias usando a imaginação e a criatividade, poderá
perfeitamente em seu dia-a-dia escolar, aprimorar-se diante novas regras que o
ambiente escolar dispõe.
CARVALHO afirma que:
"e o
ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e
afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se
modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade,
denotando-se portanto em jogo."(1992, p. 28)
Tudo isso se desenvolve naturalmente no
cotidiano do aluno, pois é justamente esta maneira descontraída que desperta no
aluno a sua naturalidade perante as regras do mundo real.
Pensar a importância do brincar nos
remete às mais diversas abordagens existentes, tais como a cultural, que
analisa o jogo como expressão da cultura, especificamente a infantil; a
educacional que analisa a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento
e/ou aprendizagem da criança e a psicológica que vê o jogo como uma forma de
compreender melhor o funcionamento da psique, enfim, das emoções, da
personalidade dos indivíduos (REVISTA CRIANÇA, 2002).
A escola deve se propor a oferecer
oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta e da
invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança
no seu meio.
O BRINCAR NA ESCOLA
Segundo Piaget (1998), a atividade
relacionada ao jogo não poderia ser vista somente com um olhar de
entretenimento para a criança jogar fora sua energias, ela deve ser vista como
algo mais sério. Isso porque, o jogo contribui para o desenvolvimento físico,
cognitivo, afetivo, social e moral.
De acordo com Vygotsky, o processo de desenvolvimento
ocorre no percurso e ao longo da vida, no entanto o contato social e a troca de
experiências é uma maneira que auxilia nesse processo pois o mesmo possibilita
a observação durante a sua própria formulação de conceitos.
Vygotsky sugere que é importante o
professor tomar conhecimento da sua teoria, pois as brincadeiras que são
propostas as crianças, devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento
motor, psicológico e cognitivo que ela se encontra.
O JOGO COMO RECURSO PEDAGÓGICO
Dessa forma Freire coloca: [...] O ser
humano é uma entidade que não se basta por si. Parte do que ele precisa para
viver não está nele, mas no mundo fora dele [...] (FREIRE, 1989, p. 23).
O jogo como recurso pedagógico na
alfabetização, facilita o trabalho do professor, pois garante o interesse da
criança, pelas atividades propostas, e um dos jogos mais importantes. Como
salienta o autor, é o jogo simbólico onde a criança, pode imaginar refletir,
raciocinar, adquirindo um saber físico e mental, dando-lhe um prazer da
realização da ação. E como podemos ver as ideias de Freire vem de encontro com
a concepção de Piaget.
O jogo dentro da escola não é o mesmo
de fora, onde não tem distinção de idade e muito menos a orientação de um
adulto. Portanto, a criança necessita da ajuda do adulto e seus semelhantes
para que aprenda a brincar, assim se torna muito importante à intervenção do
adulto nesse brincar. Quando o adulto ensina a criança a brincar, está
ensinando o faz-de-conta, assim a criança atribui significados diferentes às
suas ações. Através do brincar a criança imagina assim uma coisa pode ser
outra, através de suas brincadeiras.
Os alunos trazem para a escola conhecimentos,
idéias e intuições, construídos através das experiências que vivenciam em seu
grupo sociocultural. Eles chegam à sala de aula com diferenciadas ferramentas
básicas para, por exemplo, classificar, ordenar, quantificar e medir. (PCNs,
1997, p.30)
Para Freire o jogo é importante não só
na alfabetização, pois segundo Schiller, como mostra o autor o homem só é
completo quando brinca. A criança traz consigo a necessidade de se movimentar,
de se comunicar, seja através da linguagem ou do jogo, a criança brinca por
natureza, assim ao incluir o jogo como recurso pedagógico, estará dando
oportunidade para que a mesma aprenda com mais facilidade e prazer.
CONCLUSÃO:
Cabe ao educador a tarefa de alimentar
o imaginário dos seus alunos, de forma que as atividades as enriqueçam, fazendo
com que se tornem no decorrer dos dias mais complexas.
Cabe a escola estipular no Projeto
Político Pedagógico que o planejamento precisa ser explicitados os conceitos a
serem desenvolvidos, estipulando os conteúdos que serão trabalhados e as
expectativas em relação aos alunos e a si próprio. Somente a partir deste
planejamento é que o desenvolvimento será pleno e os objetivos alcançados.
O brincar do aluno não pode ser
considerado somente uma brincadeira ou uma atividade complementar, mas um
complemento ao trabalho desenvolvido pelas formas tradicionais de ensino, deve
ser um mecanismo de incentivo, buscando que o ensinar se torne mais prazeroso e
interessante.
Após várias pesquisas bibliográficas,
pode-se concluir que o aluno também precisa brincar e que através desse brincar
o mesmo vai crescer e desenvolver suas habilidades.
A criança usa o imaginário de forma
espetacular e usufrui desta imaginação para contribuir no seu aprendizado, de
cultivar e satisfazer seus sonhos. O ato de brincar e jogar estimula a
capacidade de transformar fantasia em realidade, desenvolve a imaginação formando autonomia.
Preparando as com atenção e
criatividade as atividades que serão posteriormente repassadas aos alunos,
ajuda o professor a traçar suas metas e objetivos, mas não só isso, faz com que
se tenham uma mensagem a passar, com conteúdos educacionais diversificados onde
a criança deseje aprender. Quando a atividade é bem preparada e prazerosa faz
com que o aluno a faça com prazer.
Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/34559/1/JOGOS-E-BRINCADEIRAS-NA-ESCOLA/pagina1.html>.
Acesso em: 03/06/2011.
Disponível em: <http://cev.org.br/biblioteca/jogos-brincadeiras-contexto-escolar-uma-reflexao-sobre-o-uso-pedagogico-jogo-tradicional-1-2-ciclos-ensino-fundamental>.
Acesso em: 03/06/2011.
Disponível em: <http://ensa.org.br/blog/?p=1576>.
Acesso em: 03/06/2011.
Disponível em: <http://casadainfancia.spaceblog.com.br/9488
15/Dez-jogos-e-brincadeiras-para-a-Educacao-Infantil/>.
Acesso em: 03/06/2011.
Disponível em: <http://ecidlojavirtual.com.br/educacao/jogos-e-brincadeiras.phtml>.
Acesso em: 03/06/2011.
Disponível em: <http://www.famavida.org.br/site/iframe/oficinas.php>.
Acesso em: 03/06/2011.
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